FAMÍLIA, VIDA E MISSÃO

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terça-feira

PASTORAL DA JUVENTUDE - O QUE É?

PASTORAL DA JUVENTUDE - O QUE É?

RESPONSAVEL: Pe. Rogério Luiz Contini Contato Fone(54)228-4449

A Pastoral da Juventude (lê-se PJ) é uma pastoral Orgânica (que não caminha sozinha) e Transformadora, pensada a partir de uma nova prática da Igreja, inserida na pastoral de conjunto e em comunhão com as diretrizes da ação pastoral e evangelizadora da Igreja, organizada em diversos níveis (comunidade, diocese, regional, nacional),para responder aos desafios da juventude.
Assim:
Objetivo Geral da Ação Evangelizadora:
Jesus Cristo, ontem hoje e sempre: em preparação ao seu jubileu do ano 2000, na força do Espírito que o Pai enviou, sob a proteção da Mãe de Deus e nossa, queremos: EVANGELIZAR, com renovado ardor missionário,
* testemunhando Jesus Cristo;
* em comunhão fraterna;
* à luz da evangélica opção preferencial pelos pobres;
* para formar o povo de Deus;.
* e participar da construção de uma sociedade justa e solidária;
* a serviço da vida e da esperança;
* nas diferentes culturas;
* a caminho do Reino Definitivo.

Linhas ou Dimensões Gerais da Ação Pastoral:
As seis dimensões, adotadas como quadro referencial da ação pastoral, sem esgotar o mistério da Igreja, têm a função de mostrar, ao mesmo tempo, a unidade de aspectos e a unidade dinâmica que deve existir entre eles.
São elas:

A Pastoral da Juventude está ligada a:
Linha 1 - Dimensão Comunitária e Participativa
Linha 6 - Dimensão Sócio-Transformadora

Ambas apresentam o desafio da promoção humana, da comunhão fraterna. Elas nos remetem para ação.
A PJ é a busca de integração do jovem na Igreja, para a tarefa de evangelizar e da construção da "Civilização do Amor".
O papel da PJ é evangelizar o jovem para agir na transformação da sociedade. A PJ, ou a vivência grupal, não é uma brincadeira ou uma atividade superficial de quem procura somente ocupar-se. Atrás da PJ está um compromisso com a sociedade.
Para realizar o grande objetivo da PJ, é necessário a participação dos jovens como sujeitos do processo. Para que o jovem, tão distante das organizações da sociedade volte a participar, é preciso um jeito de caminhar, que seja novo e aso mesmo tempo, combine com seu espírito e vontade de transformar o mundo, que seja fiel ao projeto de Jesus Cristo, numa experiência de fé crescente. Desenvolver com eles um processo global de formação , a partir da fé, levando um vida de comunhão e participação.

"Pensando no que dizem os poetas e profetas,
eu me descubro transformando o choro em riso,
os que semeiam com lágrimas, com alegria ceifarão..."

Rubem Alves

UM POUCO DE HISTÓRIA

Cada um de nós tem sua história. Cada um de nós constrói a sua história. E como PJ também. Nela concentram-se nossos sonhos, desafios, alegrias, esperanças, frustrações, angústias...
A Igreja, em seu esforço de evangelização, procura sempre "organismos teóricos" que possam responder aos desafios do jovem e do contexto social.
Percorrendo um pouco a memória histórica da PJ, percebemos as diversas configurações que a mesma foi adquirindo.
Ao longo do século XX, a Igreja Latino-Americana dedicou, talvez, o melhor de seus esforços à juventude.
No Brasil, imensos recursos foram investidos na rede escolar, para a formação de crianças e jovens das classes média e alta. Nas paróquias, criaram-se associações pias, nas quais os jovens encontravam certa guarita e orientação.
Porém, a verdadeira história da PJ no Brasil, começa em 1933, com a Ação Católica, criada pelo Papa Pio XI e implantada em nossa terra por D. Leme, Bispo do Rio de Janeiro. Mas iniciada mesmo por D. Helder Câmara, que foi Arcebispo de Olinda e Recife durante os tempos mais difíceis da Ditadura Militar - (em 1947, é nomeado 1°Assessor Nacional do Movimento). A Ação Católica teve grande influência na formação dos jovens católicos. Foi uma iniciativa tímida. Em que uma Igreja Clerical ensaiava os seus primeiros passos para abrir-se para a participação dos leigos.
Numa segunda fase, a Ação Católica especializada se desenvolve, sobre a orientação do Papa Pio XII. Propõe uma metodologia a partir da vida do jovem , que exige que o jovem tenha uma atuação concreta no seu meio. A partir desta metodologia surge a Juventude Operária Católica (JOC). A experiência se estende a outros setores: Juventude Universitária Católica (JUC), Juventude Estudantil Católica (JEC), Juventude Agrária Católica (JAC) e Juventude Independente Católica (JIC).
A prática visava a mudança social, à luz da fé. A Espiritualidade é de renovação.
Durante o Governo do General Médici, a repressão atinge duramente os jovens organizados. Um slogan tentou resumir a atitude do governo militar: "Brasil: ame-o ou deixe-o". com todos os canais de participação democrática fechados, uma parte da juventude partiu para a clandestinidade e até para a luta armada.
A Ação Católica morre como corpo organizado, mas nos anos seguintes nasceu uma nova Igreja. A própria Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) sofreu forte influência destes Movimentos Jovens: tiveram sua escola de formação junto aos jovens da Ação Católica, como militantes, assessores. Foi aí que a Igreja começou a se deslocar da classe alta e média para as classes populares.
Nos primeiros anos da década de 70 não havia possibilidade de se organizar uma pastoral mais crítica com a juventude, devido à censura e à repressão política. Dentro deste contexto, nasce uma nova maneira de trabalhar com os jovens: os Movimentos de Encontro (TLC, Emaús, Shalom,...)
Os Movimentos reuniam jovens para encontros de fim de semana, usando uma metodologia que se inspirava nos Cursilhos de Cristandade. Eram encontros coordenados por adultos. Procurava-se criar forte impacto emocional. O modelo organizativo passa a ser o "grupão".
As dificuldades apareciam depois do encontro. Os Movimentos não sabiam o que fazer com os jovens depois de "despertados". Mas, apesar das limitações. Esses encontros tiveram também seu lado positivo: aproximaram os jovens dos padres e dos religiosos e apresentaram um modelo de Igreja mais atraente. Os encontros também provocaram o surgimento de grande número de grupos de jovens nas Paróquias. Estes foram a base para a etapa seguinte: o nascimento da Pastoral Orgânica de Juventude.
Durante este período, Pe. Zezinho teve muita influência, com suas músicas, livros, conferências...
Final dos anos 70 e anos 80: resistência e democracia. Os jovens são os primeiros a irem para as ruas para exigir a volta do Estado de Direito. As bandeiras são Direitos Humanos, anistia para os exilados, pelas liberdades democráticas... os Movimentos Estudantis e Operários entram em cena. Sindicatos são fechados , mas as Igrejas abrem as portas para as reuniões dos grevistas. Inicia-se a transição pela democracia.
Com o tempo, a opção da Igreja pelos pobres torno-se mais concreta e profética. As conclusões do documento de Medellin (1968) já estavam sendo assimiladas pela Igreja no Brasil. As Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) se fortaleceram. A Pastoral da Terra (CPT), as Comissões de Justiça e Paz e Centros de Defesa dos Direitos Humanos, a Pastoral Operária(PO), Pastoral do Índio(CIMI), foram criadas para fazer um trabalho no meio dos marginalizados. As pastorais de caráter mais interno, como a catequese e a liturgia, também passam a ter uma ótica libertadora. A Igreja começa a se deslocar para a periferia. Nesse contexto nasce a Pastoral da Juventude.
Alguns fatores influíram na criação da PJ:
· limitações dos movimentos de encontro;
· necessidade de uma pastoral libertadora;
· dispersão e isolamento dos grupos de jovens;
· faltavam objetivos comuns para canalizar as energias numa mesma direção;
· a PJ assume um processo de planejamento participativo , a partir da realidade;
· os jovens em destaque: Puebla (1979) - duas prioridades para a América-Latina: os pobres e os jovens; em 1985 - Ano Internacional da Juventude; em 83 e 87 os Bispos do Brasil escolhem os jovens como destaque pastoral; em 92 os jovens são tema da Campanha da Fraternidade (CF); em suas viagens, João Paulo II sempre dá importância à juventude.

A PJ firmou-se rapidamente, iniciando pelas bases, teve início um processo de fortalecimento da organização em todos os níveis: paroquial, diocesano, regional e nacional, pelo método ver, julgar, agir e buscando a formação integral dos jovens.
A PJ é a pastoral que mais cresceu dentro do Celam (Conselho Episcopal Latino-Americano), em termos de estruturas democráticas de participação, clareza de objetivos e encarnação na realidade latino-americana. As muitas tensões que surgem são superadas através da condução inteligente e evangélica do processo.

http://www.diocesedecaxias.org.br/pastoral_juventude.php

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