FAMÍLIA, VIDA E MISSÃO

Que a Família seja: O Sal da Terra, Luz que ilumina, encobrindo as trevas.

terça-feira

PASTORAL DA JUVENTUDE: UM JEITO DE EVANGELIZAR OS JOVENS

PASTORAL DA JUVENTUDE: UM JEITO DE EVANGELIZAR OS JOVENS

"A influência crescente na sociedade exige dos jovens atuação apostólica correspondente, para a qual a sua índole natural os dispõe. Com o amadurecimento da consciência da própria personalidade, impelidos pelo ardor da vida e por um dinamismo transbordante, assume a responsabilidade própria, desejam tomar parte na vida social e cultural: deste zelo, se é imbuído pelo espírito de Cristo e animado pela obediência e amor aos Pastores da Igreja, podem esperar-se frutos abundantíssimos. Eles devem tornar-se os primeiros e os imediatos apóstolos dos jovens, exercendo o apostolado pessoal entre os seus próprios companheiros, tendo em conta o ambiente social onde vivem." (cf. Documentos do Concílio Ecumênico Vaticano II).
A PJ não passa ao largo, não pode deixar de se enganchar, acolher, carregar nos ombros... O jovem é chamado a ser cristão, pela fé, pelo Batismo, e a ser cidadão pelo compromisso com a mudança da sociedade.
A PJ é desafiada a assumir a causa do Reino, a construir na Igreja, na Sociedade e no mundo juvenil a Civilização do Amor (Puebla 1188). Civilização do Amor que, na palavras de João Paulo II, é "fundada em valores universais de paz, solidariedade, justiça e liberdade, que encontram em Cristo sua plena realização" (TMA 52).
Civilização do Amor que é "aquele conjunto de condições morais, civis e econômicas que permite à vida humana uma condição melhor de existência, uma racionalidade plena e feliz destino eterno." (Paulo VI - Discurso de encerramento do Ano Santo, 25 de dezembro de 1975).
Assim, dentro da gestação do processo libertador, os jovens encontrarão no Mistério Pascal de Cristo a chave para transformar os sinais de vida.
Nas reuniões, cursos, encontros, assembléias, o jovem evangeliza o outro jovem pelo seu exemplo de fé e dedicação.
Faço aqui um parênteses para propor uma reflexão: precisamos entender e nos sentir desafiados com a realidade teológica e espiritual que envolve o jovem. Este questionamento surgiu a partir de apontamentos do livro " O Divino no Jovem - Reflexões sobre a Teologia do Jovem" - Pe. Hilário Dick SJ: "A Teologia é uma visão de mundo baseada na revelação. Qual a leitura teológica que fazemos do jovem? Uma Teologia que cai e nasce na terra do jovem não pode ser igual a Teologia que cai e nasce na terra do adulto..."
É uma reflexão importante de ser feita para quem acredita que a PJ, junto com Jesus, trabalha e reza. "Venha a nós o vosso Reino, seja feita a vossa vontade." (Mt 6,10)
A sociedade e o mundo juvenil são marcados pelo individualismo e pelo subjetivo. A comunidade Trinitária é a expressão concreta do amor. Em meio esta oposição a PJ deve ser oferta permanente de espaços de comunhão - convivência em seus grupos, resposta concreta e visível ao individualismo e à necessidade de convivência e de mística...
Uma pergunta fica: nossas comunidades e grupos são sinais visíveis deste amor trindade?
Os jovens sonham com uma Igreja que celebre a vida, povo de Deus e irmão, comunhão e participação, profética e libertadora, solidária e evangelizadora; uma Igreja que ame os jovens, que confie neles e os impulsione para o compromisso e missão - (Mt 28,18-20). Têm em Maria o exemplo da jovem mulher que assume sua figura de "ser" (Lc 1,46-56) e sua "missão" (Lc1,38). Com Maria, a Igreja acompanha os jovens no caminho para Jesus Cristo. Uma evangelização feita de maneira inculturada, que é um processo longo de encarnação.
Para isso são importantes a Ação, a Formação e a Espiritualidade. Saber julgar simplicidade e audácia é fundamental se a PJ quiser evangelizar para transformar.

"Se o senhor é pão e vinho e o caminho
onde andais, se "a o andar se faz caminho",
que caminhos esperais?"
D. Pedro Casaldáliga

PASTORAL DA JUVENTUDE: UMA CAMINHADA DE EVANGELIZAÇAO

A Pastoral da Juventude é uma caminhada de Evangelização que está sendo feita aos poucos. A cada dia são situações e questões novas que precisam ser analisadas e enfrentadas num constante reinventar.
"Evangelizar constitui tarefa e vocação próprios da Igreja, sua identidade mais profunda" (EM 14). É no confronto com a realidade e iluminado pela Palavra de Deus, que o jovem procura dar uma resposta pessoal a Cristo no processo da descoberta de si mesmo e do amadurecimento pessoal, na vivência da comunidade e na sua participação na sociedade.
Como a realidade da juventude é diversificada, em todos os seus aspectos, a PJ deve organizar, desde a nucleação, um processo de formação integral na fé, com passos pedagógicos apropriados, partindo da realidade e da experiência concreta de cada pessoa e grupo, despertando-se para o seguimento de Jesus Cristo e o compromisso com a causa da libertação dos oprimidos e marginalizados.
Jesus Cristo é enviado a reinventar espaços para a presença do Reino. A pedagogia verdadeira leva, por isso, ao seguimento de Jesus. Podemos aprendê-lo na experiência da mulher samaritana (Jo 4,1-15), em Zaqueu (Lc 19,1-9), nos Discípulos de Emaús (Lc 24,13-35) e em muitos outros fatos narrados nos Evangelhos.
A PJ faz as seguintes opções pedagógicas:
1. Grupos de Base;
2. Formação Progressiva, Integral e Libertadora;
3. Dimensões da Formação Integral;
4. Diversidade da PJ;
5. Organização;
6. Assessoria;
7. Outros Recursos Pedagógicos;
8. Estruturas de Apoio;
9. O Método Ver-Julgar-Agir-Rever-Celebrar.

1 - Grupos de Base:

O eixo da PJ são os pequenos grupos de base. São grupos que criam relacionamento de irmão, confrontam a vida com o Evangelho e formam lideranças jovens para o engajamento na comunidade eclesial e na sociedade. A opção pelo pequeno grupo se inspira na própria decisão de Jesus, de formar seu grupo dos doze discípulos.
O grupo pequeno proporciona melhor participação de todos, maior amizade, maior partilha de vida, incentiva os trabalhos de cada um e favorece a formação integral. Leva a uma vivência e celebração comunitária da fé e procura estar ligado a pastoral de conjunto da Comunidade, Paróquia, Região, Diocese,...
Assim, os jovens se tornam sujeitos de seu processo de educação na fé, como da evangelização de outros jovens. Evangelizar-se evangelizando.
O grupo de base não pode perder de vista que as transformações sociais passam por movimentos sociais de caráter amplo. É importante perceber que a PJ não é a única interessada na transformação da sociedade e que, por isso, deve relacionar-se criticamente com outros grupos afins.
É necessário usar uma pedagogia que evite o perigo de fechar-se num "clube" de amigos, que não se abre para a missão no seu meio.
É difícil uma formação progressiva - por etapas - quando está sempre entrando e saindo gente. Portanto, um novo grupo, depois de chegar a certo nível de estabilidade, deve encaminhar novos aspirantes.
O grupo deve ter uma estrutura mínima para funcionar: coordenador, vice-coordenador, secretário,... As reuniões do grupo também necessitam de uma estrutura para garantir a seriedade e continuidade no trabalho: oração. Ata, cobrança das decisões tomadas em reuniões anteriores, tema de fundo, informes.
Fatores importantes para o bom funcionamento do grupo: pontualidade, distribuição do tempo, preparação, materiais de formação e dinâmicas, avaliação periódica, planejamento.
O grupo de jovens permite partilhar critérios, valores, visões...
Os grupos paroquiais ou comunitários de jovens e os grupos dos meios específicos não são a única forma de fazer acontecer a PJ Orgânica. Começam a aparecer outras formas onde os jovens se encontram e se reúnem para partilhar seus sonhos ou, até simplesmente, estar junto com os jovens. A ação pastoral precisa estar junto com os jovens. A ação pastoral precisa estar atenta aos grupos de teatro, conjuntos musicais, festivais, grupos de dança e outros, pois a grupo jovem não pode ser a única forma de atingir a grande diversidade da juventude. O importante é que aconteça uma verdadeira vida comunitária.
O jovem hoje, raramente vem espontaneamente participar dos grupos. É necessário conquistá-los. Uma pastoral de espera deve ser substituída por uma pastoral de sair em missão.
Os grupos têm vários modos de ser, mas todos eles passa por "etapas". O grupo não nasce pronto. Como a pessoa, ele precisa ser preparado, convocado... Precisa ser gestado para nascer como grupo. Compara-se com as fases do crescimento da pessoa humana, o que facilita a compreensão. Estas etapas não se dão de forma mecânica e obrigatória, como também não há linhas divisórias entre as etapas. Começa com a convocação: é o namoro, aproximar-se, marcar o encontro...
O grupo nasce assim como uma pessoa. No início é frágil, depende em tudo da mãe...

a) Nascimento e Infância: Pode ser de 3 a 6 ou de 15, não importa quantos, importa que descubram o valor do grupo, se continua ou não. Nessa etapa não se pode forçar, avançar demais. Busca-se valorizar mais a pessoa , o jovem que está chegando, o grupo que se está formando. Buscar a criatividade deles e as coisas que eles gostam. Procurar um assessor jovem que começa a caminhada e tenha condições de ajudar. A assessoria pode ser feita por um jovem vizinho de outra comunidade, que tenha experiência. É preciso ter muita paciência, principalmente os que coordenam e acolher bem o jovem que vem para o grupo. É a descoberta de si mesmo, não distingue o certo e o errado, brinca muito, é frágil, inseguro, exige atenção, observador , quer tudo para si, imita os outros, precisa de carinho, quer se divertir, pode ficar sempre nesta etapa, o grupo pode morrer aí mesmo se não souber administrar e ajudar o jovem.

b) Adolescência: Interesse pelo outro (sexo oposto), namoro, entra em conflito, crises e frustrações, tem ilusões, sonhos, fantasias, quer ser diferente, rebeldia, não aceita as coisa prontas, desperta para a afetividade e sexualidade, vai descobrir a comunidade, o mundo e sente necessidade de agir e participar .demonstra ativismo, mas também muda e cansa com facilidade. Começa a se destacar os que tomam iniciativa e são líderes. Surge as panelinhas, fazem grupinhos dentro do grupo. Querem saber da sua identidade, porque ser assim, porque fazer aquilo? Necessitam de uma assessoria serena e constante, porque as crises e variações são muitas. Tem que rever a prática religiosa, precisam de um modelo não que se imita, mas que seja ponto de referência. Precisa saber que o jovem não está sozinho, ma que tem apoio e valor.

c) Juventude: O grupo que superou a adolescência e vive essa etapa apresenta-se com maior segurança e estabilidade. É alegre, gosta de aventuras, é aberto para o novo, independente, responsável, gosta de si, capacitado, criativo, protesta, tem liberdade , é disposto, gosta de companhia, faz opções. O grupo é independente, quer viver e descobrir suas forças e valores, é aberto e quer assumir compromissos, se sentem unidos querem ser sujeitos, caráter próprio. Busca maior vivência Eclesial, aprofundar a fé . procura a ação revisando as próprias atitudes, buscando metodologias de ação. Deverá ser um grupo que assuma o compromisso de atuar na própria Pastoral da Juventude, em outros ministérios da Igreja e em seu meio específico, com uma prática transformadora.

d) Idade Adulta: Tem como características: responsabilidade, atua num meio específico, consciente, capacitado, tem claro o compromisso, sabe seus limites, é decidido. É difícil os membros do grupo chegar junto nessa fase, alguns chegam antes e outros depois. Quando chegam nessa fase, geralmente saem de grupo, não continuam como grupo. Deveriam continuar, mas é difícil. Se envolvem com trabalho, estudo, partido político. Têm compromisso com a realidade. Sentem a necessidade de assumir algo na sociedade. Tem uma atuação que leva uma mística - "Jesus Cristo"- vivendo o seu estilo. Já está sendo um profissional e terá que assumir suas opções. Deve ter equilíbrio, renúncias e saber até onde ir. o militante deve ser multiplicador, formar outros, nuclear outros jovens a fazer o processo. Deve ter muita paciência. Jamais deve ser dominador, achar-se acima que os outros. Vive a fé madura, seguro de si. A assessoria para a militância é muito difícil é muito difícil, tem que ter muita experiência. A formação de grupos militante é necessária. Precisam de um aprofundamento Teológico, de tudo o que vai acontecendo na realidade, se inteirando de tudo. Aprofundar a fé incarnada. Não é propriamente uma etapa, mas um programa constante de vida.

2 - Formação Progressiva, Integral e Libertadora:

A questão fundamental da formação da pessoa humana é respeitar a dosagem necessária para o crescimento do jovem no grupo. Esta formação deve considerar que o jovem traz uma carga de experiências muito forte: da família autoritária, carência afetiva, de uma educação bancária que impede a participação e intimida a falar e tomar decisões.
Cada pessoas faz uma experiência única de vida e um processo único. Com a ajuda do grupo e um programa de formação sólido e participativo, essa formação pode ajudar o jovem a ser uma pessoa livre. O encontro pessoal e comunitário com Jesus Cristo dará as motivações necessárias para que a juventude possa assumir com coragem a construção de uma sociedade justa e fraterna, segundo o "sonho de Deus".
A formação é progressiva. O processo de conversão não acontece de um dia para outro. O jovem chega ao compromisso depois de passar por diferentes etapas.
Tratamos anteriormente das etapas de um crescimento dos grupos. Agora trataremos das etapas de crescimento da pessoa do jovem; há necessidade de trabalhar as diferentes dimensões da vida do jovem, para que a formação seja integral, para em seguida, ver as dimensões da formação integral.
Assim como o grupo, a pessoa humana não está "feita", mas "vai-se fazendo" em sua própria história. Distinguimos três fases:
a) Nucleação: É a fase em que os jovens são convocados para participar de um grupo. Isto acontece através da amizade, convite pessoal, convites amplos, convites nos meios específicos, cursos, encontros, preparação para o Crisma, catequese permanente, convites massivos e outras formas.
Para que o processo de nucleação seja efetivo, utiliza-se uma metodologia que valoriza o acolhimento pessoal, promove a participação, a integração, a organização grupal e ajuda o jovem a descobrir o valor e as exigências da vida em grupo, optando por ela. Assim:
· A proposta deve partir da realidade do jovem aos quais se convida, de suas necessidades, de suas buscas, de suas inquietudes e expectativas;
· A proposta deve ser participativa, na qual o jovem se sinta envolvido e descubra que poderá ser protagonista de seu processo de formação;
· A proposta deve ser Eclesial. O convite não pode ser assunto somente do assessor ou do grupo jovem á constituído: tem que ser responsabilidade de toda comunidade cristã;
· A proposta deve ser clara. O convite deve ser honesto, os objetivos bem explicados, deve-se deixar claro que é uma proposta de vivência e realização de amadurecimento na fé.

b) Iniciação: O ponto de partida da iniciação são as mais variadas motivações e graus de consciência e adesão a Jesus Cristo, que os jovens trazem par ao grupo. O desafio maior é o que fazer com o grupo depois da primeira reunião. Como fazer para que os jovens continuem motivados e participando das reuniões? Como deslanchar um processo de iniciação que leve à conversão e ao compromisso concreto?
Nesta fase é importante uma metodologia motivadora. É uma fase que tem um tempo próprio de desenvolvimento e que deve ser respeitado e que seus distintos momentos variam segundo as características dos jovens, seus objetivos, circunstâncias,... É necessário ter clareza: onde queremos chegar, a metodologia a ser empregada e as etapas a serem percorridas.

c) Militância: Refere-se à ação eficaz do cristão e a seu compromisso, seu testemunho, sua luta, sua atuação concreta no mundo e na própria Igreja. É a fase "madura" do jovem e do grupo.
A militância exercida pelo jovem cristão define-se como aquela ação cada vez mais refletida, intencionada, consciente, contextualizada e organizada, visando a promover uma renovação na Igreja e uma transformação na sociedade. É a fase da opção que o jovem cristão faz para assumir o estilo de vida de Jesus de Nazaré. É um compromisso mais permanente e libertador. Motivado pela fé, o militante é estimulado a viver sua vida numa entrega aos demais.
O jovem descobre a militância como "projeto de vida"; fortalece-se em sua fé e vida interior; conquista maior vivência espiritual; inquieta-se na busca de formação e auto-formação; alcança um maior crescimento na fé que o identifica com Cristo e o amadurece em sua própria personalidade. Além disso, conquista uma maior consciência do seu compromisso com Cristo dentro da Igreja e da Sociedade.
Alguns jovens assumem uma militância interna no ambiente da Igreja, na atuação missionária, catequese, liturgia, outros setores da Igreja. Outros desenvolvem sua ação pastoral na própria PJ, na preparação e coordenação de reuniões, cursos, assembléias, acompanhamento pessoal, partilha, vivência comunitária, ... Outros ainda, que percebem o sofrimento e a injustiça na qual vivem ambos setores da humanidade, querem trabalhar pela mudança da realidade e assumem sua militância no âmbito social, participando nas organizações intermediárias, partidos políticos, movimentos populares, grêmios estudantis, associações de bairro, grupos de defesa de Direitos Humanos, ... Muitos dos que optam por maior protagonismo nestas organizações mantêm contato com a comunidade Cristã. Estes jovens precisam manter referência com a comunidade eclesial para alimentar e celebrar sua fé.

3 - Dimensões da Formação Integral:

A visão de dimensões da formação integral ajuda os líderes da pastoral a não cair na tentação de promover um tipo de formação que seja reducionista. Porém, dependendo da etapa em que se encontram os jovens, a maneira de tratar cada dimensão e a acentuação serão diferentes.

a) Dimensão da Personalização: é a dimensão da relação do jovem consigo mesmo. Responde às necessidades de amadurecimento afetivo e formação positiva da personalidade. É a busca constante de uma resposta, não especulativa, mas experimental, à pergunta: "Quem sou eu?" Nesta dimensão, o jovem precisa acolher a própria vida. Procura conhecer-se, aceitar-se, assumir-se a si próprio, como também procura desenvolver suas aptidões e qualidades, seus sentimentos e interesses com relação aos outros. A educação e a vivência da fé são concebidas como auto-aceitação, humanização, busca de sentido da vida e opções de valores.

b) Dimensão da Integração Grupal e Comunitária: corresponde à dimensão social, da descoberta do outro como ser diferente e do grupo como lugar de encontro. O grupo oferece um espaço para ir descobrindo, de modo concreto e vivencial, a necessidade de realizar-se como pessoa na relação com o outro. Esta relação gera crescimento, exercita a crítica e a autocrítica, como meio de superar-se pessoalmente no crescimento dos demais.
O jovem começa a fazer a experiência de um relacionamento mais consciente com a família, com o grupo e com a sociedade, até a experiência comunitária como referência permanente para a sua vida. Na comunidade, o jovem se torna participante, ativo e criativo de sua própria história. A educação na fé é concebida, aqui, como caminho a ser percorrido comunitariamente.

c) Dimensão Sócio-Política: corresponde à dimensão da socialização da inserção do jovem
na sociedade. Trata da convivência social com relações de justiça e solidariedade, com igualdade de direitos e deveres. A política é a arte de administração da convivência dos cidadão. Capacita o jovem para ser cidadão consciente, sujeito da história nova, com participação crítica em favor da justiça e da vida digna para todos. Forma o jovem para ser capaz de projetar-se em sua comunidade local, nacional e internacional. É importante formar o jovem para a cidadania.
Esta experiência comunitária leva o jovem a confrontar-se com problemas cuja solução exige convergência de esforços e vontade política. A promoção do bem comum e a construção de uma ordem social, política e econômica humana, justa e solidária, torna-se um compromisso de fé. A educação na fé é concebida como ação transformadora da complexa realidade socio-econômica-política e cultura.

d) Dimensão Mística e Teológica: esta dimensão trata da vivência e fundamentação da fé do jovem, do encontro com a Pessoa de Jesus Cristo, sua prática, seu Projeto e Seguimento em comunidade. É a presença de Deus agindo nos acontecimentos de sua vida, da vocação profunda de ser filho e irmão, do descobrimento de Jesus e da opção por segui-Lo, do discernimento da ação do Espírito nos sinais dos tempos da história pessoal, grupal, eclesial e social e do compromisso radical de viver os valores do Evangelho. E o jovem descobre a comunidade eclesial como lugar de alimentar e celebra a vida na fé.
Neste encontro com Jesus Cristo, o jovem descobre nele o sentido de sua existência humana pessoal e social. Nasce a experiência de fé que o faz viver como cristão autêntico. Passo fundamental nessa dimensão é transformar a experiência de vida pela força da fé em experiência evangélica. Integra-se a fé na vida. A educação da fé é concebida como interpelação constante entre experiência de vida e formulações da fé.
É necessário formar o jovem para ter uma experiência de Deus (espiritualidade ou mística) e ao mesmo tempo, ajudá-lo a adquirir uma compreensão teórica da sua fé (Teologia).

e) Dimensão Metodológica e de Capacitação Técnica: (relação com a ação) corresponde à Capacitação Técnica/Metodológica para o planejamento, desenvolvimento e avaliação da ação transformadora, para o exercício da liderança e coordenação democrática nos grupos, organizações e também junto às massas. Trata-se de ser profissional, realizando a missão com eficácia.
No processo de amadurecimento da fé o jovem sente necessidade de testemunhar a própria fé, empenhando sua vida no serviço aos outros. Para que sua ação seja eficaz, precisa entrar num processo de formação permanente, que lhe garanta a aquisição de técnicas e de competência educativa profissional para assumir tarefas de coordenador de grupos jovens, de comunicador da mensagem de Jesus Cristo e de formador de lideranças. A ação é uma necessidade especial dos jovens e um instrumento pedagógico privilegiado. A partir de pequenas ações refletidas e avaliadas, os jovens vão crescendo em sua inserção eclesial e social para serem uma presença transformadora.

4 - Diversidade da Pastoral da Juventude:

A Pastoral da Juventude se realiza de diferentes maneiras, segundo a enorme diversidade de experiências que se dão no meio da juventude. Dedica-se a cultivar, a partir do Evangelho, os valores juvenis nos diferentes ambientes da vida paroquial e da sociedade.
A expressão Pastoral da Juventude do brasil (PJB) indica uma fase na organização dos jovens da Igreja do Brasil que teve início em julho de 1995 com a 11ªAssembléia Nacional da PJB. A sigla PJB significa o conjunto das quatro Pastorais Específicas: PJ - Pastoral da Juventude; PJE - Pastoral da Juventude Estudantil; PJR - Pastoral da Juventude Rural; PJMP - Pastoral da Juventude do Meio Popular.
A PJE, PJR e PJMP desde seu surgimento, tiveram organização própria, além dos espaços de organização conjunta.
Para decidir e encaminhar os projetos comuns das quatro PJs, há o Setor Juventude da CNBB, Assembléia Nacional da PJ, Secretaria Nacional, Comissão Nacional de Jovens e Comissão Nacional de Jovens e Comissão Nacional de Assessores. Como Regionais, Dioceses, as Pastorais Específicas também se organizam, conforme a realidade de cada local.

5 - Como se Organiza a PJ do Brasil?


6 - Assessoria:

"O jovem, embora protagonista, não caminha sozinho..."
a palavra "assessor" vem do latim "sedere ad", que significa "sentar-se junto a". dá a idéia de motivar, acompanhar, orientar e integrar a contribuição e a participação dos jovens na Igreja e na Sociedade e proporcionar a acolhida desta ação juvenil na comunidade.
Os nossos dias exigem uma assessoria sábia, isto é, que seja psicológica e sociológica ao mesmo tempo. Os noves tempos pedem que o assessor saiba dar atenção pessoal, afetiva e humana a cada jovem, que valoriza a lógica jovem, que é mais visual do que discursiva e que, ao mesmo tempo, vá despertando neles a consciência crítica e o compromisso social.
Cabe ao assessor despertar lideranças; proporcionar apoio necessário para que os jovens possam desenvolver um processo grupal de formação integral na fé, promovendo e respeitando seu protagonismo; ser pólo desafiador e de confronto, evitando paternalismo e autoritarismo e auxiliar os jovens nos momentos de desânimo e conflitos. Para isso necessita ter amplo conhecimento da juventude e de sua realidade, em todos os níveis e aspectos e saber mais escutar do que falar.
Sem a presença ativa de assessores adultos, dificilmente a PJ alcança êxito. O adulto traz para o trabalho com os jovens duas coisas importantes: experiência e teoria.
Muitos assessores estão confusos sobre a metodologia de trabalho com jovens e seu papel dentro dela. Não é fácil encontrar adultos que têm jeito, vocação e tempo para acompanhar e trabalho pastoral junto à juventude.

http://www.diocesedecaxias.org.br/pastoral_juventude.php

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